Vacas em lactação: pilares para uma boa estrutura de rebanho

30/04/2022


A composição de um sistema de produção é essencial para a lucratividade do negócio

 

Tendo em vista a rentabilidade de um sistema de produção pecuário, um dos fatores que os pecuaristas mais devem se atentar em suas propriedades é a composição do rebanho, o que influencia diretamente o número de animais em produção, a produção total de leite da fazenda e, consequentemente, o resultado financeiro do sistema produtivo.

Um rebanho leiteiro normalmente é composto por vacas em lactação, vacas secas, novilhas, bezerras e outras categorias animais. A estrutura deste rebanho trata-se da quantidade de animais por cada uma dessas categoria.

Dentre as categorias, a que é responsável pela maior parte das receitas de uma propriedade leiteira é a categoria de vacas em lactação. Sendo assim, a caracterização de um rebanho bem estruturado conta com um percentual alto de vacas em lactação em sua composição. Em contrapartida, rebanhos desestruturados apresentam altos custos para a manutenção dos animais improdutivos.

Para avaliar a boa estruturação do rebanho, são utilizados dois principais indicadores: percentual de vacas em lactação em relação ao total de vacas percentual de vacas em lactação em relação ao total do rebanho.

É necessário que as novilhas iniciem o quanto antes a fase de lactação, para se obter maior percentual de vacas em lactação em relação ao rebanho. Dessa forma, é preciso alcançar entre elas a idade ao primeiro parto de 24 meses, sendo necessário que a novilha seja coberta ou inseminada entre os 13 a 15 meses de idade. Quanto mais tarde a idade ao primeiro parto, maior a quantidade de novilhas no rebanho gerando custos e a menor a porcentagem de vacas em lactação em relação ao rebanho total.

A idade ao primeiro parto pode ser influenciada pela genética do animal, sistema de criação, sanidade do rebanho e nutrição. Em geral, este indicador dita por quantas categorias o rebanho será composto.

Composição ideal do rebanho leiteiro

Para que se atinja a composição ideal de um rebanho, existem índices zootécnicos ideais que uma propriedade deve alcançar. Eles estão relacionados à idade ao primeiro parto (IPP), ao intervalo entre os partos (IEP), ao período de lactação (PL) e à taxa de mortalidade nas categorias. O número de partos por mês se dá pelo total de vacas dividido pelo intervalo entre os partos.

Com os índices próximos aos ideais, conseguimos chegar no valor da porcentagem ideal de vacas em lactação (VL) em relação ao total de vacas (VT) do rebanho, dividindo o período de lactação pelo intervalo entre parto. Neste processo, é desejável que o intervalo entre os partos seja de 12 meses, assim, a vaca estaria em lactação por 10 meses (305 dias) e em período de serviço de 2 meses (60 dias).

PL ideal = 10 meses

IEP ideal = 12 meses

% VL/VT = (PL/IEP) x 100

% VL/VT = (10/12) x 100

% VL/VT = 0,83 x 100 = 83%

Com a IPP ideal de 24 meses, existem 7 categorias no rebanho (desconsiderando os machos), sendo elas:

  • Vacas em lactação (mortalidade aceitável de 1%);
  • Vacas secas (mortalidade aceitável de 1%);
  • Bezerras de 0 a 2 meses (mortalidade aceitável de 3%);
  • Bezerras de 2 a 6 meses (mortalidade aceitável de 2%);
  • Bezerras de 6 a 12 meses (mortalidade aceitável de 1%);
  • Novilhas de 12 a 18 meses (mortalidade aceitável de 1%);
  • Novilhas de 18 a 24 meses (mortalidade aceitável de 1%).

Por fim, para calcular quantos animais teremos por categoria, basta multiplicar o número de nascimentos de fêmeas por quantos meses o animal fica em cada categoria, descontando a taxa de mortalidade para encontrar o número final de animais.


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