Produção de leite a pasto – PARTE 2: cuidados fundamentais no manejo da pastagem
Sabemos que um bom produtor de leite a pasto precisa dominar o manejo das pastagens. Devemos produzir a melhor pastagem para os animais na quantidade correta para alimentar o rebanho, além disso a qualidade da forragem precisa ser levada em consideração para melhor desempenho possível. Algumas práticas podem ser adotadas, como:
1º: Pastejo rotacionado
O pastejo rotacionado é representado por uma área dividida em piquetes que são pastejados em sequência por lote de animais com a finalidade de fornecer ao rebanho forragem de alta qualidade. Dentre as vantagens com a adoção do pastejo rotacionado podemos citar:
- Melhor aproveitamento da forragem produzida, pela maior uniformidade de pastejo;
- Aumento na taxa de lotação;
- Aumento da produção de leite por hectare;
- Proporciona períodos regulares de descanso do pasto;
- Auxilia no controle de verminoses e carrapatos no rebanho;
- Melhor ciclagem de nutrientes, devido a distribuição de fezes e urina na pastagem.
Para implantar o sistema rotacionado precisamos compreender que o período de descanso precisa ser estabelecido em relação a espécie forrageira predominante.
2º: Irrigação de pastagem
A intensificação de produção de leite a pasto pode vir acompanhada da prática de irrigação das pastagens. O uso da irrigação proporciona incremento na produção de matéria seca, com aumento da produtividade da pastagem conseguimos aumentar também a produção por hectares. A utilização desta é para solucionar o problema de estacionalidade de produção em decorrência de alterações climáticas.
O aumento da produtividade em decorrência da irrigação da pastagem não pode ser o único fator a ser levado em consideração na decisão de implementar. O projeto deve ser estudado quanto a viabilidade econômica e expectativa de retorno ao produtor. Para implantação da irrigação é fundamental consultoria especializada na área de pastagens irrigadas.
3º: Adubação de pastagem
Para implantar uma nova forrageira em alguma área ou recuperação de pastagem existente, é necessário fazer a preparação do terreno antes do plantio. As etapas de correção da acidez do solo (calagem), adubação de plantio e adubação de cobertura precisam ser previamente organizadas para o correto preparo do solo.
Ao manter os animais sob regime de pastagem, é preciso que as gramíneas tenham os nutrientes em quantidades desejáveis para que os animais que se alimentam delas tenham a maioria das exigências supridas. Diante disso, realizar a adubação com no mínimo, NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) é necessário para manter a produtividade do rebanho, caso esses nutrientes estejam em déficit na pastagem.
4º: Suplementação com micro e macronutrientes
A adubação tem como objetivo fornecer ao solo e as forragens os nutrientes necessários. Porém, precisamos sempre nos atentar à lei do mínimo para nutrição dos animais. Isso significa que devem ser oferecidos oferecer às vacas todos os nutrientes, evitando, assim, que haja algum limitante à produção.
A proteína e/ou energia que poderia limitar a produção na época da seca dá lugar aos minerais como nutrientes que, em déficit, podem evitar que o animal expresse todo o seu potencial produtivo. Dentre os minerais, o fósforo destaca-se como o de maior importância ao gado leiteiro, por isso, a suplementação com fontes de micro e macro minerais é de suma importância neste sistema.
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