É possível evitar a verminose no meu rebanho?

O Brasil possui atualmente grande potencial na produção de leite e carne bovina. Entretanto, a verminose surge como um “intruso” capaz de interferir negativamente no desenvolvimento da pecuária. O cenário é de alerta, pois as doenças causadas por parasitas (vermes ou helmintos) estão presentes em quase 100% das propriedades, causando prejuízos inestimáveis ao setor. No Brasil, as questões climáticas favorecem ainda mais a multiplicação desses parasitas.

Quando o animal está parasitado, os vermes ficam alojados no seu trato gastrointestinal e também nos pulmões. O risco de morte é eminente quando não há tratamento adequado. Mas, devida à baixa taxa mortalidade, o maior prejuízo é mesmo o baixo ganho de peso. Isso porque os vermes vivem no organismo dos animais, se alimentando das vitaminas, proteínas, açúcares e sais minerais ingeridos.

Com menor absorção dos nutrientes, o bovino passa a emagrecer de forma degenerativa, podendo reduzir anualmente 30 kg em média. A verminose pode causar ainda retardo no crescimento do animal. O sistema imunológico também é afetado e, quando parasitado, o bovino torna-se uma “porta de entrada” para outras doenças.

Animais com até 24 meses de idade são os mais afetados pela verminose, cuja contaminação ocorre com mais frequência no período de seca. Entretanto, somente com um controle estratégico é possível evitar tantos prejuízos.

Confira abaixo como traçar um planejamento eficiente.

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É possível acabar com a verminose nas propriedades?

Erradicar a verminose na pastagem é praticamente impossível, uma vez que a sua multiplicação é altíssima. A vaca, quando doente, é capaz de produzir ovos com vermes diariamente, contaminando toda a pastagem. O uso de vacinas ou medicamentos, após o animal contrair a doença, pode não trazer os resultados esperados. Ao pecuarista, a solução é traçar um planejamento estratégico de vermifugação.

Nessa batalha contra os vermes, o tratamento curativo é uma alternativa eficaz. Entretanto, esse tratamento deve ser realizado, apenas, com sintomas clínicos evidentes. A cura deve ser realizada em todo o rebanho e não somente no animal doente. Outra possibilidade é o tratamento preventivo, que deve ser realizado com base no ciclo de reprodução dos vermes. É preciso identificar se o mesmo está na sua fase adulta, dentro do animal; expelindo nas fezes, em forma de ovos; ou já no pasto em forma de larva. Num segundo momento, é primordial compreender o ciclo durante cada época do ano.

No período seco, por exemplo, há uma maior infestação de vermes nos animais e menor número de larvas no pasto. Na fase chuvosa, o caminho é o inverso.

Como programar os períodos de vermifugação?

Somente após esse entendimento será possível programar como e quando realizar as vermifugações. Durante o ano todo, é preciso aplicar a primeira dose na transição dos períodos chuvoso e seco, em abril. A segunda etapa ocorre em julho, na época de seca. E, para finalizar, uma terceira dose antes do período de chuva, em setembro. O cronograma de vermifugação pode ser ainda alterado em casos de infestação mais severa.

O controle preventivo das doenças causadas por parasitas utiliza uma estratégica básica focada em dois objetivos: eliminar os vermes presentes nos animais na época de seca, bem como reduzir a contaminação das pastagens, causada pelas larvas no período de chuva. Assim é possível ter animais mais saudáveis, sem prejuízos financeiros para a sua fazenda!