Investir em nutrição é fundamental para obter bons índices de prenhez

23/09/2020


Suplementar adequadamente cada categoria animal é a chave para que possam expressar todo o seu potencial reprodutivo

Na pecuária atual os ótimos resultados econômicos estão diretamente relacionados a índices zootécnicos acima da média brasileira. Nas fazendas de cria, dois dos principais índices que coordenam as margens de lucro na atividade são: a taxa de prenhez e taxa de desmame.

 

Desta forma, a média de bezerros desmamados no Brasil é de 60%. Se alcançássemos o valor de 80% a 90% seria um grande avanço neste índice. Além disso, a taxa de fertilidade ideal é 83%, porém, a média brasileira é de 72%. Ou seja, de 100 vacas expostas ao acasalamento apenas 72 emprenham.

 

O intervalo entre partos e a idade ao primeiro parto também apresentam grande influência nos resultados da propriedade. O ideal é que este intervalo seja de um ano, assim, a matriz produziria um bezerro por ano com o intervalo máximo entre o parto e a concepção de 82 dias para poder alcançar um bezerro anualmente. A redução da idade do primeiro parto para os 12 meses, em média, significa reduzir uma categoria na propriedade. Pois, com isso, há melhor aproveitamento da área e giro mais rápido do capital investido.

 

Assim, é imprescindível mensurar e avaliar estes índices da propriedade para otimizar a eficiência reprodutiva, proporcionando assim melhora também no desempenho produtivo do rebanho.

 

Entendendo a necessidade de melhoria nos índices em uma fazenda de cria, partimos para dois pilares de extrema importância nestas propriedades: nutrição e utilização de técnicas reprodutivas.

 

Nutrição das matrizes

Caracterizando os rebanhos de cria do Brasil, os baixos índices reprodutivos se devem ao déficit de consumo de nutrientes principalmente no terço final da gestação que coincide com o período seco do ano, em que há escassez de alimento.

 

O déficit no consumo influencia o sistema reprodutivo da vaca, pois os nutrientes ingeridos são utilizados primeiramente para manutenção do corpo, crescimento, gestação, lactação, reprodução e excesso de energia. Ou seja, precisamos utilizar a nutrição de precisão para suprir todos esses níveis de demandas por nutrientes até chegar na reprodução.

 

Além da exigência pelo crescimento considerável do tamanho do feto, a vaca precisa estar em boas condições na estação de monta (dezembro, janeiro e fevereiro), bem como para o parto (setembro, outubro e novembro) e também para oferecer boa lactação ao bezerro.

 

A forma de avaliar o status nutricional da vaca é relacionada ao escore de condição corporal, ou seja, avaliação visual do animal, sendo o valor 0 para vacas extremamente magras até a escala 5 para vacas que apresentam gordura subcutânea em excesso e estão extremamente gordas. O desejável é que estejam em escore de condição corporal de moderado a bom no início da estação de monta (2,5 a 3,5).

 

Em geral, vacas que parem magras apresentam intervalos mais longos até a primeira ovulação após o parto. Essa deficiência nutricional afeta a reprodução, pois há redução na produção de hormônios esteroides, impedindo a ciclicidade. Do mesmo modo, quando há desequilíbrio nutricional e a vaca está em escore com condição corporal muito alto, há redução nos índices reprodutivos, pois o excesso de gordura impede que a fecundação seja realizada e ainda prejudica o desenvolvimento dos folículos.

 

Em termos de exigências nutricionais, podemos dividir as categorias da seguinte forma:

  • Vacas com cria ao pé: mantença, lactação e reprodução;
  • Novilha de primeira cria: mantença, crescimento, lactação e reprodução;
  • Vaca solteira e novilha: mantença e reprodução.

 

Resumindo, a nutrição é um pilar muito importante que proporciona ao animal expressar todo seu potencial produtivo e reprodutivo.

Soluções nutricionais

Conforme vimos, as exigências por categorias e o problema da escassez de volumoso aliado à falta de qualidade da pastagem, percebemos que precisamos apontar alternativas para minimizar estes efeitos sobre a nutrição dos animais para parição e estação de monta.

 

Para fornecer os nutrientes limitantes na pastagem nesta época do ano (mesmo momento em que ocorre o final da gestação e a época de parições) é fundamental fornecer suplementos em complemento ao pasto. Porém, sabemos que não adianta investir em suplementação se não tiver disponibilidade de pasto, uma vez que este é a base da alimentação das vacas.

 

Para que ótimos resultados sejam alcançados podemos utilizar algumas estratégias, como:

 

  1. Suplementação para novilhas

Em fazendas de cria bem equilibradas, as novilhas representam entre 15 e 20% dos acasalamentos a cada estação de monta. A atenção a elas é dada também pela busca por redução da idade ao primeiro parto, pois quanto mais cedo parirem, mais rápido entrarão na fase de gerar lucros para a fazenda.

 

Então, por demandarem proteína para crescimento e serem altamente responsivas a este tipo de suplementação, podemos fornecer suplementos minerais proteicos ou proteicos-energéticos a esta categoria.

 

  1. Separação das primíparas

As primíparas são um desafio das fazendas de cria, pelo fato de ainda estarem em fase de crescimento e por isso, a demanda por nutrientes é maior que multíparas. Elas, por serem ainda jovens, precisam amamentar o bezerro, prepararem-se fisiologicamente para uma nova cria e ainda crescer/ganhar peso para tornarem-se animal adulto.

Para entendermos o quão importante é a nutrição para esta categoria abaixo temos um gráfico que exemplifica que mesmo com o desafio reprodutivo maior as novilhas conseguiram fertilidade semelhante às multíparas quando apresentaram condição de escore corporal adequado.

Gráfico 1 – Taxa de prenhez à IATF conforme ECC e categoria animal.

 

Com a busca por redução da idade da primeira cria, as novilhas que parem cedo apresentam maior dificuldade para emprenhar novamente na posição de primíparas. Assim, é ideal separá-las das demais matrizes e dar maior atenção para a nutrição delas. Podemos destinar os melhores pastos e, assim como para novilhas, fornecer suplementação proteica ou proteica-energética para suprir a exigência de minerais, proteína e energia.

 

  1. Suplementação para multíparas

As categorias citadas acima apresentam maior exigência se comparadas às multíparas. Por isso, para esta categoria podemos oferecer um suplemento mineral ureado ou, para potencializar o resultado, um ureado com aditivo. Dependendo do escore corporal dos animais desta categoria, poderá ocorrer necessidade de fornecimento de proteico ou proteico-energético também.

 

  1. Linha Minerblock®

Uma das questões mais importantes quando tratamos de suplementação dos animais é fazer com que consumam a quantidade mínima indicada dos produtos para que se consiga colher os resultados desejados.

 

A realidade brasileira é de consumo abaixo do esperado para estes produtos e para solucionar este, além de outros problemas, a Minerthal entrega ao produtor a linha Minerblock® com intuito de não apenas disponibilizar os diversos tipos de suplementos ao cliente, mas também ajudar a ajustar melhor o consumo pelos animais.

 

Esta linha conta com suplementos minerais aditivados e suplementos proteicos em forma de bloco. Esta forma de apresentação além de tornar o consumo mais homogêneo do lote, auxilia na redução do desperdício e otimização da mão de obra na propriedade.

Técnicas reprodutivas

Agora que entendemos o quão importante é a nutrição correta das matrizes (novilhas, primíparas e multíparas) para reprodução, podemos partir para o uso de técnicas reprodutivas em fazendas de cria. Temos disponíveis diversas tecnologias reprodutivas para busca de mais assertividade em termos reprodutivos, por exemplo a inseminação artificial (IA), inseminação artificial em tempo fixo (IATF), transferência de embriões (TE) e a fertilização in vitro (FIV).

 

Inseminação artificial é o procedimento pelo qual o sêmen é depositado artificialmente no aparelho reprodutor feminino com auxílio de materiais e instrumentos específicos. Porém, dificuldades na detecção de cio e o atraso com a puberdade tardia são alguns impedimentos desta técnica que impulsionaram a utilização da IATF, partindo para protocolos de indução do estro e sincronização da ovulação.

 

A utilização da IATF se justifica, pois permite ao produtor a escolha do momento de inseminar as vacas sem a necessidade de esperar que a vaca entre no cio naturalmente. Sua utilização proporciona melhoria da genética do rebanho por seleção de sêmen.

 

Além disso, a taxa de fertilidade pode ser aumentada pelo melhor aproveitamento dos cios, e sabemos que cada cio perdido (sem acasalamento) significa no mínimo mais 21 dias no período de serviço, ou seja, o intervalo entre partos é aumentado.

 

Esses pontos favoráveis citados acima fazem com que 85% do total de inseminações na pecuária brasileira sejam na forma de IATF, comprovando a eficiência da técnica nos rebanhos.

 

Então, quando oferecemos aos animais oportunidade de expressarem todo potencial reprodutivo através da nutrição e utilizamos a IATF alcançamos excelentes resultados.


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