Animais participantes de teste de desempenho em GO obtêm médias padronizadas em leilão da AGCZ Embrapa

03/06/2013


A evolução e o constante crescimento da pecuária de corte brasileira se devem, principalmente, aos investimentos em melhoramento genético que produzem animais provados para serem disseminadores do rico material genético. Para alcançar rentabilidade e produção em escala é necessário submeter os animais às melhores condições ambientais e nutricionais possíveis, mas que estejam, sempre, dentro de um sistema economicamente viável. Nesse contexto surgiu a parceria AGCZ/Embrapa e a Minerthal, fabricante de suplementos para bovinos de corte e leite, para a realização de um Teste de Desempenho de Touros Jovens na Fazenda Barreiro, em Silvânia (GO), durante o período de junho de 2012 a maio de 2013.

Os resultados desse trabalho puderam ser comprovados com a realização do 18º Leilão AGCZ Embrapa de Touros Jovens, em Goiânia, no dia 16 de maio, durante a Exposição Agropecuária do Estado de Goiás 2013. Cinquenta tourinhos com peso de 574 kg em média com 18,5 meses de idade foram comercializados por valores entre R$ 6.500 a R$ 8 mil. “Destaco a pequena variação de preço entre os lotes de forma que todos os animais foram bem valorizados pela sua qualidade genética e pela boa condição corporal. Se colocarmos um preço médio de R$ 90,00 uma@, os animais foram comercializados por 71,6@ em média (R$ 6.444,26/R$ 90,00 = 71,6@), muito superior ao que encontramos no mercado, que gira ao redor de 50 a 60@”, avalia o zootecnista e gerente técnico da Minerthal, Fernando José Schalch Junior.

Para o presidente da AGCZ (Associação Goiana de Criadores de Zebu), Clarismino Luiz Pereira Junior, o trabalho realizado durante o Teste e o resultado no leilão foram “espetaculares”. “Com as fronteiras agrícolas no limite, a pecuária precisa cada vez mais buscar eficiência, com ciclos mais curtos, precocidade, mais qualidade no menor espaço territorial possível. E é isso que o Teste de Desempenho proporciona”, considera o presidente da AGCZ.

 

Etapas

Os animais comercializados no remate passaram por uma prova dividida em três etapas. A primeira fase foi de pré-seleção dos animais que obrigatoriamente deveriam participar de programas de melhoramento genético, quando foram avaliadas características como habilidade materna, biótipo e potencial individual. A segunda fase foi a prova de ganho em peso em confinamento, que durou 168 dias. Os melhores classificados nessa etapa seguiram para a terceira fase de suplementação a pasto no período das águas, com duração de 112 dias.

O teste de desempenho teve duração total de 280 dias e reuniu animais com idade inicial média de 217 dias. A avaliação dos animais selecionados foi medida pelo crescimento, ganho médio diário, circunferência escrotal e fenótipo, tendo como finalidade identificar entre os participantes os de melhor desempenho global no peso final padronizado.

 

Meta

A meta proposta pelos responsáveis pela prova era de chegar em 16 de maio, data do leilão AGCZ/Embrapa, com animais de 18,6 meses e média de 540 quilos. O experimento iniciou dia 5 de junho de 2012, com animais de 230 quilos, em média. Para alcançar este objetivo seria necessário um incremento de 0,898 gramas por dia.

Durante o período de confinamento, os animais alcançaram o ganho de peso médio diário de 1,229 gramas. Na fase a pasto, apresentaram ganho médio diário de 0,465 gramas por dia.  As duas etapas refletiram no peso final dos animais que fecharam em média com 541,3 kg (animais elites e superiores). As estratégias de suplementação utilizadas foram com Núcleos da Minerthal aliados a farelo de soja, ureia pecuária e gérmen de milho, tendo silagem de milho como volumoso no período de confinamento.

“Foi a primeira vez que participamos do Teste de Desempenho e o resultado foi excelente, pois além do 1º lugar que conquistamos de seis animais que concorreram com a nossa marca, três figuram entre os sete primeiros na categoria ELITE e os outros dois figurando na categoria SUPERIOR. Esse notável resultado reflete, certamente, a nossa busca, desde o primeiro momento, por um Nelore que atenda os requisitos raciais e de produtividade, a fim de que possamos concorrer com vantagem com as raças taurinas, de origem europeia, notadamente a Angus. Não temos dúvida quanto ao acerto na condução da melhor estratégia nutricional, incluindo a mineralização, conduzida com eficiência pela Minerthal”, avalia o pecuarista Jesus J. Oliveira, da Nelore JJON.

Fundamental para o sucesso da prova foi o trabalho de manejo conduzido pela equipe da Fazenda Barreiro. “O manejo dos animais, fornecimento de silagem e volumoso e a estratégia de mineralização foram excepcionais e fundamentais para entregarmos animais realmente diferenciados que participaram da prova”, destaca o administrador da Fazenda Barreiro, Francisco Xavier Nunes.

O custo da suplementação dos animais no período de confinamento foi de R$ 3,42 por dia, sendo que o custo do quilo ganho foi de R$ 2,79 e acarretou no investimento de R$ 83.71 por arroba produzida. Já o custo da suplementação na etapa a pasto foi de R$ 2,08 por dia, sendo que o custo do quilo produzido foi de R$ 4,44, tendo um investimento de R$ 133,18 por arroba. “Portanto, o custo total da alimentação nas fases de confinamento e pastagem encerrou em R$ 808,59 nos quase dez meses de avaliação. Ao obter no leilão média de preço de quase R$ 7 mil por animal, o capital investido com a suplementação corresponde apenas a 11% do valor de comercialização do animal”, conclui o zootecnista.


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