Aprenda a planejar um plantio de pastagem em cinco etapas

10/01/2020


Todos os processos devem ser acompanhados por um profissional capacitado que poderá ajudar nas escolhas mais assertivas para a fazenda.

Os bovinos têm a vantagem de conseguir aproveitar pastagem como fonte de energia e proteína para o seu desenvolvimento. Sendo assim, é fundamental oferecer ao rebanho forragens de alto valor nutricional durante todo o ano. Para isto, o produtor precisará montar um planejamento estratégico para o plantio/reforma das áreas de pastejo. Assim é possível manter uma produção de alimento suficiente e constante, potencializando o desempenho dos animais.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o Brasil é um país de grande extensão territorial, que possui diversos climas e qualidade de solos. E isto deve ser levado em consideração na hora de escolher a forrageira, que precisa ser adequada as condições climáticas da sua região. Outra boa dica é optar por espécies que tenham maior proporção de folha em relação ao colmo, pois os animais têm preferência por folhas.

Pensando em ajudar você na construção do planejamento estratégico de plantio de pastagem, a equipe Minerthal separou o processo em 5 etapas. Confira:

 

  1. Preparação e análise do solo

Para iniciar o processo de formação da pastagem é preciso medir a área que será introduzida a forragem. É necessário que o solo seja protegido contra erosão e que haja controle de pragas e insetos na área.

Realizar amostragem de solo (camadas de 0-20 e de 20-40 cm de profundidade) e enviar ao laboratório para análise é imprescindível para um diagnóstico da situação física e nutritiva do solo. É preferível que você realize esta etapa ainda no último mês da estação chuvosa para que, até o próximo período de chuvas, a pastagem já esteja estabelecida. A partir do resultado da análise é possível determinar a necessidade de calagem, gessagem e adubação com nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).

 

  1. Planejamento das ações

Sabendo a necessidade de fornecer os nutrientes em déficit, o tamanho da área e a pastagem que será cultivada, é preciso realizar planejamento de todos os passos. Divida as tarefas: prepare um calendário de ações, cote insumos, corretivos para o solo, adubos, sementes, inseticidas, fungicidas e herbicidas.

 

  1. Calagem e adubação do solo

Para o início das ações, o primeiro passo é realizar a preparação da área, caso precise remover a vegetação atual (pastagem degrada ou lavoura). Lembrando que existem programas específicos de remoção de acordo com a condição de vegetação presente.

Fique atento: caso a acidez do solo seja alta, o que atrapalhará a absorção de nutrientes, você deverá realizar a calagem. Aplicar calcário no solo um tempo antes da semeadura (para estabelecer quanto tempo antes da semeadura deve verificar o poder relativo de neutralização total do calcário escolhido), para que tenha tempo de reagir e recomenda-se a incorporação na mesma profundidade em que foi realizada a amostragem para análise do solo.

Após corrigir a acidez, chega a vez de fornecer ao solo todos nutrientes deficientes, o que é de suma importância para que posteriormente a forragem tenha fonte de nutrição proveniente do solo. Fósforo, nitrogênio e potássio são os principais nutrientes que participam do desenvolvimento das plantas.

O fósforo está envolvido no desenvolvimento de raízes e funções vitais da planta. É ideal que haja adubação com este nutriente caso esteja com nível baixo no solo, para que a planta consiga absorver e o animal, ao ingerir a pastagem, aproveite o fósforo disponível em seu organismo. Recomenda-se que a adubação fosfatada seja realizada no início do período chuvoso e junto com o plantio.

Pode-se distribuir fósforo no solo, depois arar e gradear para que o elemento incorpore ao solo, já que este nutriente não é móvel e pode ser um limitante na produtividade.

O nitrogênio faz parte da proteína bruta da pastagem, é ideal que o solo tenha este nutriente disponível, para que haja aproveitamento deste pela forragem e consequentemente pelos animais. O potássio é responsável por funções fisiológicas e metabólicas, como crescimento da planta e absorção de água.  A adubação com nitrogênio e potássio não pode ser realizada junto com a semeadura no solo, por causar morte da semente, então a utilização de fertilizantes a base destes nutrientes é realizada logo depois do plantio ou durante a adubação de cobertura, a lanço já que estes são móveis e não precisam ser incorporados ao solo.

 

  1. Semeadura

A semeadura é feita a partir do plantio de mudas ou sementes, dependendo da forrageira; geralmente é realizada no início do período chuvoso junto a adubação de plantio. Comumente, no plantio utiliza-se a sequência de aração, gradagem, semeadura e por final rolo compressor.

É preciso escolher semente de boa qualidade, saudável, vigorosa e livre de contaminação (impurezas, nematoides e sementes indesejadas). Verificar o Valor Cultural (CV) da semente é muito importante, pois este valor indica em porcentagem qual é a proporção de sementes viáveis, ou seja, aptas a germinação.

Verificar a melhor forma de semeadura para a forrageira escolhida é preciso, sendo algumas das opções a lanço, em sulcos ou plantio direto. Seja qual for o método, o plantio deve ser feito com profundidade por volta de 2 a 3 cm e uniforme por toda área a ser formada.

O ideal é que haja acompanhamento desde o início da germinação depois da cobertura das sementes ou da brotação depois da cobertura, a fim de verificar a necessidade de controle de insetos, plantas invasoras e adubação de cobertura.

 

  1. Pastejo

O primeiro pastejo tem como objetivo reduzir a competição eliminando o excesso de plantas na área e evitar o acamamento da forrageira.

Geralmente o controle de entrada e saída dos animais de uma área de pastagem é realizado levando em consideração a altura das folhas do capim ali presente. No caso do primeiro pastejo é bom que ele seja realizado quando a planta atingir cerca 75% da altura indicada para entrada de bovinos. Uma dica é introduzir animais de categoria leves e jovens, para evitar que as plantas sejam arrancadas ou compactadas por animais pesados e terão um capim de excelente valor nutritivo.

 

Mas não se esqueça: todas as ações devem ser acompanhadas por um profissional capacitado que poderá ajudar nas escolhas mais assertivas para a fazenda. Não podemos, é claro, esquecer da gestão financeira de todo esse processo. Sabendo que é uma tarefa que demanda investimentos é necessário colocar as contas no papel e planejar o tamanho da área por ano que deverá ser feito esse manejo, a fim de não prejudicar o fluxo de caixa da fazenda. Ou seja, não dar um passo maior do que as pernas.

Realizando a quantidade de área que “couber no bolso” a cada ano, no final de alguns anos a fazenda se tornará uma excelente produtora de pasto. Com isso, basta suplementar os animais com os nutrientes limitantes do pasto através de suplementos minerais para garantir o aumento da produtividade (@/ha/ano) e lucratividade da atividade.

 

Está preparado para colocar tudo isso em prática?


« Voltar

Minerthal 2017 © | Todos os direitos reservados